O que é ser jovem? O que é a juventude? Essa pergunta gera muita discussão. Não é fácil chegar a um consenso, pois temos diferentes opiniões sobre o que seja essa fase da vida. Alguns dizem que juventude é um estado de espírito, uma postura diante da vida associada a alegria, vigor, disposição, criatividade e desejo de mudança. Outros associam a juventude à idade cronológica como sendo o período situado entre a infância e a vida adulta. Para uns, é a fase que vai dos 15 aos 24 anos; para outros, a juventude começa cada vez mais cedo, por volta dos 12 ou 13 anos, e termina mais tarde, aos 29 ou 30 anos.
Cada sociedade, em diferentes contextos históricos e culturais, tende a definir um período etário ao qual determina uma série de direitos e deveres para essa fase da vida. A própria ideia de “fases da vida” não é muito precisa, pois não sabemos muito bem quando nós entramos ou saímos de um ciclo etário. No Brasil, o Estatuto da Juventude, em tramitação no Congresso Nacional, define a juventude como período que vai dos 15 aos 29 anos. Mas, do ponto de vista etário, essas definições são arbitrárias e nem sempre consensuais.
“A Organização das Nações Unidas (ONU) define como jovens as pessoas entre 15 e 24 anos. (...) A Organização Mundial da Saúde (OMS), instituição da ONU para a saúde, entende que a adolescência constitui um processo fundamentalmente biológico, que vai dos 10 aos 19 anos de idade, abrangendo a pré-adolescência (10 a 14 anos) e a adolescência propriamente dita (15 a 19 anos). Já a juventude é considerada uma categoria sociológica que implica a preparação dos indivíduos para o exercício da vida adulta, compreendendo a faixa dos 15 aos 24 anos de idade. (...) No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), legislação federal de 1990 que estabelece direitos específicos para crianças e adolescentes, a adolescência é definida com a fase que vai dos 12 aos 18 anos incompletos, sendo o período imediatamente posterior à infância. (...) Enquanto no ECA a adolescência não se confunde com a juventude, a definição da ONU abarca uma parte dos adolescentes” (Ana Paula CORTI; Raquel SOUZA. Diálogos com o mundo juvenil. São Paulo: Ação Educativa, 2005. p. 11-12).
Podemos então concluir que é muito difícil chegar a um acordo sobre essa categoria. A juventude é uma fase da vida que não se reduz a seu recorte etário. Os estudos da Sociologia da Juventude compreendem a juventude como uma categoria social, formada por indivíduos que compartilham as experiências de uma mesma geração. Ao mesmo tempo, os autores ressaltam que não podemos ter uma visão homogênea da juventude. Há diferenças que estão relacionadas à idade, ao desenvolvimento fisiológico e psíquico, ao nível de autonomia e independência adquiridas, bem como ao pertencimento social, étnico-racial e de gênero. Isso torna os jovens muito heterogêneos entre si.
A adolescência, período que compreende a maior parte dos alunos do Ensino Médio, é considerada como uma primeira etapa da juventude. É uma etapa com muitas peculiaridades. Nessa fase, os adolescentes começam a experimentar uma série de transformações biológicas, psíquicas e sociais que se consolidam durante os anos seguintes da juventude. Transformações no corpo, no comportamento, no humor são comuns nesse momento da vida. Os adolescentes passam a ter acesso a novas experiências e adquirem maior autonomia em relação à família e aos professores. Essa é uma fase muito rica, cheia de desejos, com possibilidades de descobertas e conquistas; mas é também marcada por erros e tropeços que causam tensão e sofrimento. Portanto, trata-se do início de um processo, no qual a escola tem um papel fundamental a cumprir como suporte e referência para os alunos.