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Olá, car@ cursista!

Você se lembra do que queria ser quando era criança? E seria capaz de lembrar quando foi que decidiu que seria professor? Essa foi uma escolha planejada ou uma circunstância de vida? Se pudesse voltar atrás, faria diferente? Quais foram os aspectos e pessoas que influenciaram as suas escolhas? Já pensou em mudar radicalmente de profissão e de vida?

É muito provável que aquilo que você desejava ser quando criança não tenha sido exatamente o que você seguiu. Pode ser, ainda, que, ao longo de sua juventude, você tenha feito e desfeito planos, ou que o futuro e a vida adulta tenham sido bem diferentes do que você imaginou. É possível, ainda, que incertezas, sonhos e desejos pairem em seus pensamentos sobre o que virá pela frente, correto?

Talvez esteja pensando onde é que queremos chegar com tantas perguntas. Pois bem, neste eixo temático do módulo 4, iremos debater um tema muito significativo para os jovens, os Projetos de Futuro. Estamos chamando de projeto de futuro a relação que os jovens têm com os planos que constroem para a vida, tanto no presente quanto em um futuro a pequeno, médio ou longo prazo.

Partindo da premissa de que uma das funções sociais da escola é a de uma formação cidadã dos jovens alunos, acreditamos ser fundamental refletir sobre como a escola e os professores podem contribuir de forma mais ou menos contundente com os processos de construção dos projetos de futuro dos jovens. Você já pensou no tamanho dessa responsabilidade? Contudo, o que escutamos de alguns jovens sobre a escola é uma absoluta descrença nesse papel da escola. Não lhes parece que a escola e os professores estejam muito interessados nos planos que têm em relação à própria escola ou para quando saírem de lá.

O que observamos é que é muito mais comum os jovens atribuírem à família e aos outros meios sociais em que circulam o papel de motivação, incentivo e cobrança em relação aos investimentos nos projetos de futuro do que à escola. Entretanto, se, por um lado, a escola não tem se apresentado como uma instituição orientadora de tais projetos, por outro, a maior parte das famílias, sobretudo das camadas populares, veem exatamente nessa instituição a possibilidade de um “futuro melhor” para seus filhos e depositam todas as suas fichas no investimento escolar.

Nesse jogo de empurra-empurra, os jovens correm o risco de se verem sozinhos diante de seus próprios destinos. Assim, o que, a princípio, deveria ser uma preocupação de todos, passa a ser responsabilidade unicamente dos indivíduos, que também se tornam responsáveis solitários pelos seus sucessos e fracassos, acentuando ainda mais o caráter meritocrático dos êxitos obtidos.

O que você pensa a respeito disso tudo? O que os seus jovens alunos pensam sobre a própria vida é uma preocupação na sua escola? Que tipo de encaminhamentos, orientações e projetos vocês têm desenvolvido nesse sentido? Como você tem percebido o interesse dos jovens alunos em planejar e investir no futuro? É isso que pretendemos debater por aqui, e esperamos que, a partir das reflexões e atividades propostas, vocês se sintam ainda mais instigados a promover essa discussão dentro da escola.

Vamos conversando...

Sara e Symaira

 
 

Conheça os autores:

Sara Villas é mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Graduada em História; Professora de História da rede particular.

Symaira Nonato é mestranda em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Pedagoga; Integrante do Observatório da Juventude da UFMG e integrante da Rede de Desenvolvimento de Práticas do Ensino Superior (GIZ/UFMG).