Curso Educação Integral e Integrada

Com o pé na estrada

Na unidade passada focalizamos as redes sociais em função de processos educativos. E qual é a importância desse debate para a construção de propostas de educação integral? Como a perspectiva de redes sociais pode contribuir com a educação integral?

Muito já se discutiu sobre o distanciamento entre a escola e a cultura e o modo de vida de quem nela estuda. Por esse ângulo podemos considerar que o debate da Educação Integral ganha sentido nas possibilidades de reinvenção da prática educativa escolar de modo a proporcionar o reencontro da escola com a vida. Como nos lembrou Lúcia Helena NILSON (2009, p. 29):

Trata-se, antes de tudo, de expandir ao máximo a rede de aprendizagem das crianças e adolescentes a partir de seus interesses e das potencialidades do lugar onde vivem. A partir desse compromisso é preciso buscar em cada cidade, em cada território, o máximo de integralidade possível.

O enraizamento da educação no movimento do território é um elemento significativo nas propostas de educação integral que estão em construção no país nos últimos anos. As experiências em curso se diferenciam de acordo com as singularidades do território, com a situação sócio-econômica e educacional da população. Diferenciam-se também em função das políticas educacionais anteriores e das opções que fundamentam as propostas. Por exemplo, num município que constituiu sistema municipal, onde o número de escolas é suficiente para atender a todos os estudantes e que têm as condições de infraestrutura das escolas equacionadas, os desafios enfrentados pela proposta de ampliação do tempo são menores que em municípios onde essa situação é inversa.

Se as experiências são diversas e condicionadas por uma série de fatores externos a elas, o que qualifica o êxito de uma experiência? Em nossa reflexão consideramos exitosas as experiências que apresentaram o enraizamento no território, e, por conseguinte operaram um reencontro com a vida do lugar. Isso não significa que todos os aspectos da experiência considerada como objeto dessa reflexão tenham alcançado êxito. Em todas as experiências há desafios a serem superados. Não significa também a inexistência de elementos fortes no que se refere à inserção da proposta na vida do território em outras experiências que aqui não foram consideradas. Escolhemos para a reflexão aquelas que nos permitiram problematizar a relação entre a escola e seu entorno a partir de um diálogo com instituições não escolares. Focalizaremos três experiências, três trilhas para seguirmos interrogando como ultrapassar os muros da escola na construção de uma proposta de educação integral. As três experiências destacadas fizeram parte da pesquisa Educação integral/educação integrada e(m) tempo integral: concepções e práticas na educação brasileira. Você pode fazer o download do relatório completo aqui.

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