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Que tipo de atividade atrai os jovens estudantes?

As dimensões discutidas anteriormente aqui estão presentes, de uma forma ou de outra, no cotidiano de toda escola. Elas constituem caminhos possíveis para o desenvolvimento de estratégias metodológicas em diversas áreas do conhecimento. Na sua escola, há alguma experiência que foi ou esteja sendo desenvolvida a partir de um desses aspectos? Se houver, compartilhe conosco. Se não, como você trabalharia na sua escola na perspectiva aqui apontada?

Sabemos que algumas escolas do ProEMI têm desenvolvido atividades significativas para os jovens, utilizando linguagens que os atraem como músicas, filmes, danças, pesquisas na internet, entre outros. No tópico seguinte, iremos discutir algumas dessas iniciativas. Por enquanto, queremos pontuar alguns aspectos que consideramos cruciais para a elaboração de metodologias de trabalho educativo com jovens.        

Tais aspectos vêm sendo sistematizados a partir das nossas experiências de ensino, pesquisa e extensão no Observatório da Juventude nos últimos dez anos. São inúmeros cursos de formação de jovens, de professores que trabalham com jovens, além das diversas pesquisas que vêm sendo desenvolvidas. Elencamos abaixo algumas características de atividades que têm se mostrado mais atrativas para os jovens. Pode ser que nem todas se apliquem à sua prática e ao seu grupo, afinal, algumas estratégias metodológicas podem encontrar limites no contexto em que são aplicadas.

 
 

Que tipos de atividades são mais envolventes para os jovens?

  • Que dialoguem com suas linguagens. Com isso, não estamos sugerindo que o professor adote a linguagem dos jovens, mas que seja capaz de transitar entre as linguagens próprias da cultura escolar e das culturas juvenis, dosando formalidade e informalidade;
  • Que sejam negociadas, e não impostas, evidenciando autoridade sem autoritarismo por parte do professor. A negociação implica respeito, e o respeito, para os jovens, é pautado na conquista, e não na imposição. Não é raro ouvirmos dos jovens: “eu respeito quem eu admiro”;
  • Que exijam autonomia, responsabilidade e confiança;
  • Das quais se sintam parte integrante, e não apenas cumpridores de tarefas delegadas pelos adultos, demandando participação efetiva no desempenho de tarefas importantes;
  • Que permitam ao aluno dar sua opinião e apresentar suas dúvidas;
  • Que sejam dinâmicas, não rotineiras, pautadas em experiências. Nesse aspecto, a maior reclamação é ter que ficar sentado, sem conversar, apenas ouvindo o professor e copiando do quadro;
  • Que valorizem suas capacidades e seus saberes. Aqui a questão do estímulo, do elogio e do incentivo é muito importante;
  • Que apostem no seu potencial. É importante que o professor demonstre confiança, pois sabemos que, se o jovem sente que o adulto espera pouco ou nada dele, é muito provável que ele corresponda a essa expectativa;
  • Atividades em grupo: eles são muito mais propensos a desenvolver atividades em pares do que individualmente;
  • Que considerem o seu ritmo. O jovem tem uma tendência a lidar com o tempo de forma diferente do adulto, e, por isso, alguns acabam deixando as coisas para fazer aos 45 minutos do segundo tempo;
  • Que lidem com a ansiedade de querer “pronto”, envolvendo-os desde o planejamento ao produto final e não os deixando desistirem durante o processo;
  • Que utilizem tecnologias, como internet, aparelhos de celular, músicas, imagens, vídeos, filmes, programas de rádio etc.;
  • Que retomem técnicas e saberes utilizados por seus familiares e por sua comunidade, dando valor à cultura local e relacionando-a com as questões globais;
  • Que tenham, ao final, um produto. É muito importante para eles entender por que estão fazendo determinada atividade, onde e como utilizarão e que resultados terão.

Para aprofundar nesses aspectos, sugerimos a leitura do texto “Metodologia de trabalho com jovens: algumas reflexões a partir de uma experiência”.