Educação integral e escola no Brasil contemporâneo
Evidentemente, cada formato adotado traz, em si, potencialidades e limites. Nesse contexto, fica claro que não há opções neutras, ou seja, as diferentes opções carregam em si distintas possibilidades educativas. Contratar somente professores ou também outros tipos de agentes educadores, concentrar as atividades no espaço escolar ou utilizar outros espaços, organizar as atividades em turno e contraturno como dois blocos distintos ou organizá-las de forma intercalada, propor aulas em tempo integral ou alternar aulas, oficinas, projetos, etc., são decisões que precisam ser tomadas levando em conta não apenas as contingências de recursos ou as possibilidades concretas, mas também considerando as diferentes mensagens educativas que representam, as distintas concepções de educação integral que concretizam.
Trata-se, portanto, de opções a serem feitas de modo refletido, debatido e embasado, no âmbito da escola ou do sistema de ensino, buscando articular coerentemente o diagnóstico da realidade, os princípios educativos que norteiam o trabalho educacional, os objetivos a serem alcançados e as estratégias possíveis de implementação. Ou seja, está se falando de projeto político-pedagógico, de planejamento integrado, os quais, por sua vez, pressupõem tempos de trabalho coletivo entre os educadores envolvidos com os mesmos grupos de alunos, bem como a formação desses educadores. Refletir sobre a escola na sua integralidade é uma condição fundamental para que o maior tempo na escola se traduza, de fato, em educação integral.