Nas trilhas de Belo Horizonte
Concepções em jogo
Alguns aspectos da experiência da Rede Municipal de Belo Horizonte revelam uma concepção de educação integral que procura articular a experiência escolar com a vivência da cidade, buscando viver a cidade como instituição educadora.
Nesse sentido, podemos perceber muitos avanços e também muitos desafios nessa experiência. A Escola Integrada procura interar-se aos espaços culturais da cidade, criando possibilidades que as crianças, os jovens e os adolescentes possam ter acesso aos espaços culturais de Belo Horizonte, sejam os localizados nos próprios bairros, como os Centros Culturais e Pontos de Cultura, como os que são referência cultural, como o Palácio das Artes e o Museu Inhotim. O entendimento de que uma política cultural para a infância e para a juventude é um dos elementos fundantes de uma política de educação integral fez com que a Secretaria Municipal buscasse conhecer qual o consumo cultural dos estudantes, suas famílias, e também dos professores e diretores das escolas.
A concepção de cidade educadora acabou gerando a necessidade de uma rede de atendimento na cidade, a partir de uma política intersetorial. O fato de o programa criar tal necessidade não significa, necessariamente, que a intersetorialidade esteja de fato ocorrendo. Esse ainda é um desafio para ser efetivado, que pode ser observado na dificuldade de se estabelecer uma rede de proteção para a criança.
Assim, a experiência de Belo Horizonte revela, de forma clara, uma determinada perspectiva de educação integral que procura transformar a cidade em território educativo, entendendo que a instituição escolar faz parte de uma rede de proteção social, para garantir a crianças, a jovens e a adolescentes de Belo Horizonte, o direito a uma educação integral, bem como uma nova visão das comunidades acerca das escolas que compõem tais comunidades. Acesse o link com o relatório completo (Anexo III Belo Horizonte UFMG)
Ultrapassando fronteiras A experiência de Belo Horizonte teve início num diálogo muito próximo da proposição bairro-escola estruturada, a partir da proposição da Associação Cidade Escola Aprendiz, proposta surgida em 1997, com a construção de um portal virtual de educomunicação. Logo, o projeto cresceu e se transformou num site jornalístico de educação, o Portal do Aprendiz, sediado no provedor UOL (http://aprendiz.uol.com.br). Em 1998, o site deu origem à Cidade Escola Aprendiz, um projeto que foi sediado na Vila Madalena, em São Paulo, em frente a uma praça e a um beco abandonados. Assim, os primeiros projetos buscavam intervir e modificar esse cenário. Os muros receberam mosaicos e os espaços foram ressignificados. Mas apenas modificar a paisagem não era o suficiente. Utilizar o bairro e a comunidade como instrumentos para a melhoria da educação e da comunidade era o ponto fundamental da proposta, que passou a ser desenvolvida com grande investimento em dois municípios: Belo Horizonte (MG) e Nova Iguaçu (RJ). Confira a história e a metodologia do bairro-escola: Navegue na proposta de Nova Iguaçu. É só acessar o site da prefeitura municipal: www.novaiguacu.rj.gov.br. Há um ícone à direita que leva ao Bairro-escola, onde você vai conhecer os vários ambientes que compõem o programa. É importante ressaltar que trabalhar na perspectiva das redes e da intersetorialidade, embora seja muito importante para potencializar as possibilidades educativas da escola, traz algumas tensões e desafios para os educadores. Para refletir sobre essa questão assista ao vídeo produzido pelo Núcleo TEIA (Territórios Educação Integral e Cidadania) da UFMG. Nesse vídeo são colocadas importantes indagações que articulam os saberes produzidos no território e as demandas e necessidades presentes no currículo escolar. |
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