Com o pé na estrada
Nossa viagem se iniciou com um olhar sobre as mobilizações sociais situadas na década de 1950, quando diversos movimentos articulados à educação e à cultura foram criados e disseminados. Destacamos que aquele período foi marcado pela construção de um ideal em torno da educação popular. Nessa jornada, a educação, entendida como um direito e um caminho para incluir e integrar a população historicamente marginalizada dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais, ganhou espaço no cenário político.
Num outro ponto de parada, localizamos os vários movimentos de renovação pedagógica que tiveram seu ápice em meados da década de 1990 e visavam ao atendimento educacional, sobretudo nas escolas públicas. Como decorrência, algumas propostas educacionais passaram a reorganizar os seus tempos e espaços, adotando os ciclos de formação, ancoradas em um discurso sobre a necessidade de se construir uma escola de direitos e voltada para a formação integral de seus sujeitos.
Nessa jornada, concluímos que pensar uma educação integral é pensar na formação humana de crianças e de jovens, em conexão com a sociedade mais ampla, mas com laços sociais que sustentem o direito à educação e à proteção social desses sujeitos.
No módulo IV, nos dedicamos a situar a educação integral no espaço. Para isso, ampliamos nosso enfoque sobre a cidade: há cidades dentro da cidade, há tensões entre ser da favela e não-ser da favela. Há marcas elaboradas pela cidade legal e que identificam os moradores como favelados e contramarcas identitárias elaboradas pelos moradores para ressignificarem sua trajetória e inserção social. Refletimos sobre a perspectiva da cidade educadora e sobre o território que vai sendo recriado por práticas educativas que extrapolam a escola. Nesse ponto de vista, localizamos as possibilidades de integração entre ações educativas, culturais e lúdicas presentes no território e vinculadas ao processo formativo. Seguindo por esse caminho, refletimos sobre a gestão das propostas de escola integral dimensionando a intersetorialidade.
Neste módulo, vamos nos deter sobre a educação integral na perspectiva dos arranjos educativos locais. O que as propostas educativas podem provocar no território em que se instalam? Como o território pode influenciar, dialogar, se articular com as propostas educativas? Esse será o nosso ponto de partida.