Navegação

A A A

Participar se aprende - Juventudes e participação no cotidiano escolar

Após conhecermos um pouco mais sobre as possibilidades de participação construídas pelos jovens em nosso tempo, vamos conversar um pouco sobre a participação no interior da escola?

O documento de referência para a implantação do ProEMI trata da participação como um macrocampo. (veja o Box. “Participação estudantil”)

A participação no ProEMI é vista como uma necessidade da juventude, uma estratégia de formação e um conteúdo a ser desenvolvido e articulado com as disciplinas escolares.

Quantas ações dentro da escola permitem que os jovens façam alguma escolha? Que oportunidades eles têm para apresentar sua opinião sem receio de que a possível divergência de ideias produza conflitos irreconciliáveis com o professor, com algum outro adulto que represente uma autoridade ou com o grupo de colegas? Nessa fase da vida, a aceitação é muito importante e os jovens estão vivendo um processo de autonomização em relação ao mundo adulto familiar e criando novos referenciais de identificação com os adultos. Entram em cena “ídolos” apresentados pela mídia, e, por outro lado, as pessoas reais da comunidade, dos movimentos políticos e culturais. Os professores ocupam um papel do universo adulto muito importante nesse momento, e são eles que passam mais tempo com os jovens apresentando, junto com os conteúdos que ensinam, também um modo de agir, uma postura em relação à vida que “rola“ na escola e a vida fora dela. Os professores ainda têm em suas mãos possibilidades de escolhas pedagógicas que possibilitem formas de participação e de escolha por parte dos jovens. Podemos afirmar que participar se aprende. A questão passa, então, por reconhecer todo um leque de estratégias para a construção de um processo educativo a partir da participação e de seu estímulo no interior da escola e por considerar que a participação é um processo educativo, ou seja, os jovens aprendem quando atuam, interagem e refletem sobre o mundo.

E então, caros educadores e educadoras, a partir do que vimos, como podemos potencializar e estimular a participação dos jovens alunos com os quais trabalhamos? Como podemos apresentar as possibilidades de participação que já existem no mundo para os jovens? Como podemos potencializar o que os jovens já fazem na nossa escola, no bairro e na cidade onde vivemos e incorporar os processos educativos advindos dessas experiências no interior da escola? Como podemos estimular os jovens a participar? E ainda: como podemos fazer de nosso trabalho educativo um estímulo para a participação juvenil? Essas são questões importantes para refletirmos acerca do trabalho educativo que desenvolvemos nas escolas. Mais à frente, vocês verão uma possibilidade de participação no interior da escola – o Grêmio Estudantil.

 
  Participação estudantil

Este macrocampo deverá desenvolver ações de incentivo à atuação e organização da juventude nos seus processos de desenvolvimento pessoal, social e de vivência política. As atividades deverão possibilitar o desenvolvimento de metodologias e oportunidades que ampliem as condições de participação e assegurem a pluralidade de manifestação da juventude, estabelecendo formas de apoio para o desenvolvimento de alternativas estruturadas de organização (Constituir e/ou fortalecer a Com-Vida – Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola; Construir a Agenda 21 na Escola, Grêmio, dentre outros), representação e participação estudantil no contexto escolar e social. As atividades desenvolvidas neste macrocampo poderão estar articuladas a outros macrocampos e ações interdisciplinares da escola.” Página 16
Trecho do Documento Orientador do ProEMI.

 
 
 
  Explorando materiais

Agora que conhecemos um pouco mais sobre o tema juventudes e participação e sua relação com escola e educação, propomos que vocês realizem uma atividade com seus jovens alunos. O nome da atividade é “Qual é o seu grito?” e tem como objetivo exercitar a capacidade de expressão ativa dos alunos. É uma atividade bem dinâmica pela qual geralmente os jovens se interessam muito. Vejamos:

Imprima o desenho de um megafone (ou peça para que algum aluno desenhe um megafone), depois cole em um cartaz branco. Coloque esse mesmo cartaz em um local em que se possa tirar fotos e em uma altura média referente à cabeça de uma pessoa. Peça para que os alunos escrevam no cartaz o grito que gostariam de fazer (o protesto, reivindicação, incômodo etc.) e tirem uma foto do aluno segurando o megafone e direcionado ao que escreveu no cartaz. As fotos podem ser tiradas por celulares e câmeras comuns. Cada aluno escreve em um cartaz e cada cartaz se refere a uma foto (a atividade precisa então de muitos cartazes e muitos megafones impressos ou desenhados nos mesmos).

Veja fotos da execução da atividade “Qual é o seu grito” na comunidade Juventude e Política do Portal EmDiálogo – Ensino Médio. Nessa comunidade, há uma série de vídeos e materiais que envolvem o tema juventude e participação. Acesse o endereço do Portal EmDialogo para ver as fotos dos jovens e seus “gritos”.

Depois de feita a atividade, crie um espaço de diálogo com seus alunos sobre a experiência. Estimule-os a dizer o que acharam da atividade, a comentar o grito dos colegas e a pensar sobre as questões (gritos) que foram expressas nos cartazes. Quando possibilitamos espaços para o surgimento da voz ativa dos jovens alunos, aparecem questões muito interessantes. Boa atividade!